Associação Brasileira de Preservação Ferroviária Regional Paraná |
Arquivo: Petropolitanos trazem vagão ferroviário de volta à serra. |
Numa operação complexa, que demorou cerca
de quatro meses para ajustar todos os detalhes, prepara o terreno, envolveu
uma carreta especial, um caminhão guincho pesado e dezenas de pessoas,
foi trazido para o Ginásio da UCP, no Bingem, nesse final de semana,
um legítimo exemplar de um vagão de passageiros, de madeira,
da antiga Estrada de Ferro Leopoldina Railway. O Vagão, que por
pouco escapou de virar sucata, estava abandonado ao tempo, em Três
Rios e será recuperado e transformado em um café-cultural,
ambientado nos anos 40/50.
-“Quem viajou sabe como erra bom o chocalhar do preguiçoso, passando por paisagem maravilhosas, fazendo festa quando chegava nas cidades do interior”, comenta Pastori, com estusiamo. – “No mundo inteiro, 80% das cargas vão pela ferrovias, limitando o número de acidentes. Aqui no Brasil, é o contrário: só 20% da carga vai pela ferrovia”, complementa Francisco. Esse fantástico projeto, abraçado pela UCP - que está criando um Núcleo de Estudos Ferroviários (NUCLEFER) – foi idealizado pelo Professor Pastori e endossado pelo ferroviário Francisco Cavallari, que são apaixonados por ferromodelismo, na escala 1:1, ou seja, modelos em escala real. Medindo cerca de 15,30 metros de comprimento, com 4,20 metros de altura e 2,80 metros de largura, o imponente vagão, de 20 toneladas, se sobressai na paisagem do Bingem e merece ser visitado. - “Um povo que não conhece e não valoriza seu passado, corre o risco de não ser senhor do seu futuro, afirma Pastori. Lamentavelmente, deixaram que o trem fosse erradicado de Petrópolis em 1964. Hoje, além da extinção da RFFSA, o pais além de usar muito pouco o transporte ferroviário, está acabando com o transporte de passageiros que, além de romântico, era seguro e barato” A idéia do NUCLEFER surgiu em função da importância histórica de Petrópolis ter abrigado a primeira ferrovia do País, a Grão Pará, cujo trecho pioneiro, ligando o Porto de Mauá à Raiz da Serra, foi inaugurada em 1854. Desativada em 1964, hoje praticamente não existem vestígios de sua existência, na Cidade. Cavallari acha que é bem possível que esse vagão tenha trafegado por Petrópolis, nos idos de 1950/60, quando ainda havia a ligação ferroviária com o Rio de Janeiro e Minas Gerais. – “Vocês não imaginam o trabalho que nos deu. Eram problemas em cima de problemas. Mas, felizmente, nossa persistência - combinada com uma elevada dose de paixão - superaram todas as dificuldades. Esse projeto é o pilôto de uma série de outros, bastante ambiciosos que serão revelados aos poucos. Agora vamos à caça de patrocinadores”, concluiu Cavallari. |